Lucro do BB cresce 54,2% em 2017 com queda de provisão contra calote
Publicado em 23/02/2018 , por Danielle Brant
Desempenho se deve à contenção de despesas e redução de inadimplência no país Redução de custos, aumento de receitas com prestação de serviços e diminuição da reserva contra calotes fizeram o lucro do Banco do Brasil disparar em 2017.
O banco, o maior do país em ativos, informou nesta quinta-feira (22) que seu lucro líquido ajustado —que exclui efeitos de receitas e despesas extraordinários— cresceu 54,2% no ano passado, para R$ 11,1 bilhões.
Apenas no quarto trimestre, a alta foi de 82,5%.
Paulo Caffarelli, presidente do BB, atribuiu o bom desempenho à contenção de despesas e à melhora do cenário de inadimplência no país, que possibilitou que a instituição cortasse as provisões mantidas contra devedores duvidosos.
Em 2017, as reservas contra inadimplência caíram 19,9% na comparação com o ano anterior, para R$ 25,3 bilhões. Em um ano, a redução foi de quase R$ 6,3 bilhões.
"Trabalhamos muito a questão de como vai se formar o mix da carteira de crédito. Não crescemos em pessoa jurídica no ano passado, tínhamos safras ruins [de risco] e fizemos um clean up [limpeza] das operações com large corporate [grandes empresas]", afirmou Caffarelli. "É um trabalho focado que vamos fazer neste ano".
A decisão de reduzir a provisão ocorreu mesmo com uma leve alta da inadimplência acima de 90 dias no banco, que passou de 3,29% em 2016 para 3,74% no ano passado. Mas a trajetória é de queda, considerando o pico de 4,11% no segundo trimestre do ano.
O resultado do banco foi impulsionado ainda pelo crescimento de 9% das receitas com prestação de serviço, para R$ 25,9 bilhões, além das receitas com conta corrente (alta de 11,7%) e administração de fundos (26,5%).
O banco também enxugou despesas. Os custos administrativos recuaram 3,1%, enquanto os com pessoal —o BB cortou 1.461 funcionários em 2017— ficaram 6,2% menores do que em 2016.
O retorno sobre patrimônio líquido cresceu de 8,7% para 12,3%, mas o banco afirma que ainda não está satisfeito com essa rentabilidade.
"Nosso grande objetivo é reduzir o gap [diferença] que temos hoje com os outros competidores", diz. "Estamos felizes com o resultado, mas demos o primeiro passo. Outros passos vêm na sequência. Nós queremos reduzir drasticamente a distância que nós temos com nossos competidores."
CRÉDITO
Assim como foi visto em outros bancos, o BB registrou queda na carteira de crédito. A redução, de 3,8%, para R$ 681,3 bilhões, foi impulsionada pelo segmento de pessoa jurídica que diminuiu 8,9%.
A maior queda foi no crédito para micro e pequenas empresas, com recuo de 31,5%, para R$ 47 bilhões. O banco emprestou R$ 139,2 bilhões para médias e grandes empresas, 2,2% a menos do que em 2016.
"Muito que teve de redução da carteira se deu em função do volume de inadimplência que a gente teve lá atrás, perdas, e o próprio conservadorismo do banco em um cenário em que essas empresas são menos resilientes a uma crise do tamanho que foi a crise do país", diz Caffarelli.
Ele afirma que o banco busca atuar com as empresas que entende ter capacidade de pagamento. "Estamos fazendo um trabalho muito forte de ligar para associações de cartões de crédito, de filiação, que a gente possa ter neste sentido".
O banco espera que o crédito para pequenas empresas volte a crescer no segundo trimestre deste ano.
O segmento de pessoa física ficou estável. Nesse segmento, o banco priorizou linhas mais seguras, como o crédito consignado (alta de 6,4%) e o imobiliário (6%), que devem seguir na prioridade do banco neste ano.
"Somos o segundo maior aplicador de financiamento imobiliário no país. Não tem produto mais fidelizador do que financiamento imobiliário", afirma Caffarelli.
Apesar da queda de 27,5% no financiamento de veículos, o presidente do BB diz que o banco mantém o foco no segmento. "Estamos construindo um modelo que julgamos ser o modelo do futuro. Metade dos nossos financiamentos de veículos acontece por meio do celular".
RETOMADA
Para Caffarelli, o cenário de retomada econômica deve fazer com que os bancos se tornem mais competitivos neste ano. "Em 2018 vai ter uma retomada do crescimento, uma retomada do consumo. Então é natural que alguns bancos voltem para o jogo de uma forma mais competitiva. A gente está vendo isso no consignado, em micro e pequenas empresas", disse.
Para este ano, o banco espera lucro entre R$ 11,5 bilhões e R$ 14 bilhões. A projeção é de crescimento de 1% a 4% da carteira de crédito, puxado pelo segmento de pessoas físicas (avanço de 4% a 7%).
Fonte: Folha Online - 22/02/2018
Notícias
- 30/04/2025 Diretor-geral da Aneel pede vista de processo sobre revisão tarifária da Light
- Gás de cozinha é único combustível a registrar alta na semana de 20 a 26 de abril, diz ANP
- Caesb é condenada a indenizar consumidores por falha no fornecimento de água
- Dia do Trabalho: bancos abrem no feriado? E os Correios? Veja o que vai funcionar no 1º de maio
- Condenado homem que forneceu máquina de cartão para extorquir vítima de sequestro relâmpago
Perguntas e Respostas
- Quanto tempo o nome fica cadastrado no SPC, SERASA e SCPC?
- A consulta ao SPC, SERASA ou SCPC é gratuita?
- Saiba quais os bens não podem ser penhorados para pagar dívidas
- Após quantos dias de atraso o credor pode inserir o nome do consumidor no SPC ou SERASA?
- Protesto de dívida prescrita é ilegal e dá direito a indenização por danos morais
- Como consultar SPC, SERASA ou SCPC?
- ACORDO - Em caso de acordo, após o pagamento da primeira parcela o credor é obrigado a tirar o nome do devedor dos cadastros de SPC e SERASA ou pode mantê-lo cadastrado até o pagamento da última parcela?
- CHEQUE – Não encontro à pessoa para qual passei um cheque que voltou por falta de fundos. O que posso fazer para pagar este cheque e regularizar minha situação?
- Problemas com dívidas? Dicas para você não entrar em desespero
- PROTESTO - Qual o prazo para o protesto de um cheque, nota promissória ou duplicata? O protesto renova o prazo de prescrição ou de inscrição no SPC e SERASA?
- Cartão de Crédito: Procedimentos em caso de perda, roubo ou clonagem
- O que o consumidor pode fazer quando seu nome continua incluído na SERASA ou no SPC após o pagamento de uma dívida ou depois de 5 anos?
- Posso ser preso por dívidas ?
- SPC e SERASA, como saber se seu nome está inscrito?
- Acordo – Paga a primeira parcela nome deve ser excluído dos cadastros negativos (SPC, SERASA, etc)