Veja como desenvolvedores conseguem extrair dados de redes sociais
Publicado em 21/03/2018 , por PAULO MIGLIACCI
O Facebook está sob investigação pelo suposto uso ilegal de dados pessoais de usuários Há muitas perguntas sobre como a Cambridge Analytica, uma empresa de análise de dados, teria supostamente conseguido obter dados sobre mais de 50 milhões de usuários do Facebook.
Chris Wylie, antigo empregado da companhia, disse aos jornais The New York Times e Observer e à rede de TV britânica Channel 4, que a empresa recebeu dados recolhidos por uma companhia separada, chamada Global Science Research.
Ele diz que a empresa usou essa informação para criar perfis de respondentes e de seus amigos, e que esses perfis foram usados para direcionar mensagens políticas personalizadas para esses usuários. A Cambridge Analytica negou deter ou ter usado dados do Facebook, mas eis como desenvolvedores podem extrair dados da rede social.
A Cambridge Analytica negou deter ou ter usado dados do Facebook, mas eis como desenvolvedores podem extrair dados da rede social.
1. Acesso a dados de usuários
O Facebook permite que desenvolvedores de apps tenham acesso à plataforma da empresa e operem apps nela. Hoje, os desenvolvedores enfrentam um processo de "revisão de app", sob o qual precisam justificar para o Facebook que dados o aplicativo vai recolher e de que maneira esses dados serão usados. Mas o processo de revisão é menos detalhado do que no passado. No caso em questão, a Global Science Research solicitou permissão do Facebook para operar um app que permitia que ela conduzisse levantamentos para fim de pesquisa.
2. Acesso aos dados de amigos
Um usuário aceita baixar um app e se conectar a ele por meio do Facebook. O usuário recebe um pedido de autorização de acesso aos seus dados no Facebook - o acesso pode variar de nome ou endereço de e-mail ao perfil completo - e é informado quanto ao propósito desse acesso. Muitos apps precisam de dados básicos do Facebook para funcionar - por exemplo, para transferir fotos da rede social a um serviço de encontros, ou para convidar os amigos do usuário a baixar um novo app. Desde 2014, o Facebook pergunta especificamente se o usuário aprova que sua lista de amigos seja divulgada. A Global Science Research solicitou aos seus 270 mil usuários permissão para recolher seus dados de Facebook para fins de pesquisa. Não perguntou se podia repassá-los à Cambridge Analytica para fins políticos, e nem solicitou permissão dos amigos dos usuários para usar seus dados. Se os controles de privacidade de um amigo já permitem compartilhamento de dados com desenvolvedores externos, o desenvolvedor do app passa a ter direito de acesso a esses dados. Se os controles de privacidade não permitem compartilhamento, isso não acontece.
3. Processamento de dados
Quando o desenvolvedor de um app ganha acesso a dados, ele pode usar seus sistemas para processá-los, ou combiná-los a informações vindas de outras fontes de dados, tais como registros eleitorais ou perfis de consumidores criados por intermediários que comerciam dados. O Facebook e os usuários nem sempre têm como comprovar que uma empresa está fazendo com os dados aquilo que disse que faria. Mas o Facebook disse que conduz "diversos testes manuais e automatizados", entre os quais auditorias aleatórias e fiscalização regular dos apps de crescimento mais rápido. No caso em questão, os dados foram transferidos pela Global Science Research à Cambridge Analytica sem a autorização dos usuários ou do Facebook, e por isso a rede social não teria como verificar o uso.
4. Direcionar mensagens personalizadas aos usuários Quando desenvolvedores criam perfis usando dados do Facebook, têm o direito de usar as ferramentas publicitárias da companhia para direcionar anúncios aos usuários. O Facebook tem um recurso de personalização de mensagens que permite que anunciantes subam endereços de e-mail para seus servidores e exibam anúncios para as contas assim conectadas. Isso pode permitir que anunciantes de todos os matizes, entre os quais campanhas políticas, exibam anúncios personalizados que ninguém mais pode ver, conhecidos como "dark posts". Wylie afirmou que a Cambridge Analytica pôde usar os dados obtidos para prever as preferências políticas dos usuários e tentar influenciar suas intenções de voto por meio de mensagens altamente personalizadas.
Fonte: Folha Online - 20/03/2018
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