Alex Campos: sobre carnês, cartões, boletos e pré-datados
Publicado em 29/05/2018 , por Alex Campos

Outro dado aponta que 20% utilizaram o crediário menos de três vezes ao ano, enquanto 18%, utilizaram três vezes ao mês. Embora o uso do crediário esteja restrito à minoria dos consumidores, o público que contrata cartão de loja ou o carnê ainda utiliza com frequência essa modalidade de pagamento
Rio - Apesar de o cartão de crédito ser a modalidade de crédito mais utilizada pelo consumidor, o crediário ainda é adotado por parcela significativa da população brasileira. Pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) mostra que três em cada dez consumidores (27%) utilizaram o crediário para fazer algum tipo de compra no último ano por meio dos cartões de loja ou dos carnês e boletos.
"O crediário é uma alternativa interessante, se bem usada. Muitas vezes acaba dando a falsa impressão de que se leva o produto sem pagar, mas o consumidor precisa ter em mente que não é porque alguém compra parcelado que um dia não terá de pagar por aquela compra. Por isso, é importante organizar o orçamento e só realizar a compra se for possível arcar com os compromissos financeiros", orienta a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.
Outro dado aponta que 20% utilizaram o crediário menos de três vezes ao ano, enquanto 18%, utilizaram três vezes ao mês. Embora o uso do crediário esteja restrito à minoria dos consumidores, o público que contrata cartão de loja ou o carnê ainda utiliza com frequência essa modalidade de pagamento. Considerando os que recorreram a essa modalidade no período, 56% afirmaram ter algum crediário em aberto. Entre aqueles que souberam informar quantos crediários possuem atualmente, a média é de dois por pessoa.
Ainda entre os que compraram com carnê, boleto ou cartão da loja, 39% disseram que recorreram ao crediário por não ter condições de efetivar a compra pagando à vista, em dinheiro. Já 17% aderiram a essa forma de pagamento porque não tinham limite no cartão de crédito, 13% o fizeram em razão da pouca burocracia e 11% para fazer mais compras.
Agora, atenção! "Se a pessoa não possui dinheiro para pagar à vista ou não tem limite no cartão de crédito é sinal de que ultrapassou o orçamento. O ideal é deixar de consumir, reorganizar as contas e, assim, evitar entrar em uma bola de neve de dívidas", recomenda a economista do SPC, Marcela Kawauti reafirmando o sentido, o espírito e a essência dessa coluna.
Quase 70% anotam tudo
A maioria dos consumidores (62%) quando usa cartão de loja e crediário diz analisar as tarifas ou os juros cobrados na contratação. As lojas de departamento parecem ter a preferência dos clientes: 48% afirmam comprar roupas, calçados e acessórios; 35% adquirem eletrônicos; 30%, eletrodomésticos; 23%, móveis; e 21%, itens de supermercado. Sobre como administram gastos com compras no crediário, o cenário é preocupante: 31% não fazem controle dessas despesas. Mas 69% afirmaram acompanhar as compras, por meio de anotações em caderno, agenda ou papel (37%), principalmente as mulheres (45%) e as classes C, D e E (41%).
Mais de 40% sem nome sujo
Quando o assunto é inadimplência ainda há um histórico considerável de pessoas registradas em órgãos de restrição ao crédito entre os entrevistados: 58% responderam já ter ficado com nome sujo por falta de pagamento de parcelas do crediário. Destes, 33% regularizaram sua situação e 25% ainda estão negativados. Em contrapartida, 41% nunca ficaram com nome sujo por esse motivo. A pesquisa do SPC Brasil também constatou que 70% das pessoas entrevistadas optaram por não utilizar o crediário no último ano. Desse total, 19% preferem pagar à vista suas compras, enquanto 14% nunca fizeram crediário e não sentem falta. Para Marcela Kawauti, esse comportamento é positivo já que evita comprometer a renda futura do consumidor.
Pré-datado rumo à extinção
Largamente utilizado nas décadas passadas, o cheque pré-datado atualmente vem sendo adotado por uma pequena parcela de consumidores. Somente 7% das pessoas ouvidas disseram ter emitido cheques pré-datados nos últimos 12 meses. A maioria (89%) sequer fez uso do cheque. Para grande parte das pessoas consultadas, as razões para a falta de uso dessa modalidade de pagamento são: não possuir nenhum talão de cheque (34%) principalmente nas classes C, D e E (39%), preferir pagar as compras à vista (12%) e não achar prático (12%).
Fonte: O Dia Online - 28/05/2018
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