O que fazer com os R$ 500 do FGTS: pagar dívida, deixar parado ou gastar?
Publicado em 30/08/2019
Liberação do saque emergencial é apresentada como forma de incentivar o consumo, mas deixar dinheiro parado pode ser bom investimento; entenda
A data para fazer o saque emergencial do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), de contas ativas e inativas, com valor limite de R$ 500 está se aproximando e o consumidor já está planejanento qual é a melhor forma de aproveitar o recurso extra. Os saques começam a partir de 13 de setembro.
FGTS: Como fazer o saque emergencial de R$ 500 de acordo com o seu banco
A liberação dos saques, anunciada pelo governo de Jair Bolsonaro (PSL) no início de agosto, foi pensada como uma forma de movimentar a economia a partir do estímulo ao consumo, em uma das primeiras sinalizações à microeconomia após foco total na reforma da Previdência no primeiro semestre.
Endividado deve priorizar organização e negociação da dívida
Para Fernanda Souza, business coach da SBCoaching, uma das empresas precursoras do coaching no Brasil, o primeiro ponto após sacar o dinheiro é pagar ou buscar negociar dívidas com altas taxas de juros, especialmente empréstimos de bancos.
“Entender sobre juros e saber qual a melhor opção de investimento para o dinheiro render mais é essencial para ter uma saúde financeira sustentável em um país como o Brasil. Utilizar os juros a seu favor é regra imprescindível para quem busca por tranquilidade quando o assunto é dinheiro.
E, quando necessário, quitar uma dívida ou pagar contas em atraso é a melhor forma de tirar proveito desses juros”, defende a business coach.
De acordo com o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), a dívida média do brasileiro é de R$ 3.252,70, sendo que 41% da população adulta tem algum compromisso financeiro em atraso.
O saque de R$ 500 de uma conta, portanto, não seria suficiente para quitar o valor médio, o que, segundo Edemilson Koji Motoda, diretor do Grupo KSL, empresa de crédito e cobrança, não é impeditivo para buscar negociar com o credor.
“Essa novidade do FGTS é uma ótima oportunidade para colocar as contas em dia. Nesse sentido, é sempre bom entrar em contato com o credor e buscar negociar formas que visem a quitação da pendência, para poder – de forma mais estruturada e equilibrada – voltar a consumir”, argumenta o diretor.
A Acordo Certo, empresa brasileira de renegociação de dívidas online, preparou uma lista com dicas para aproveitar o saque do FGTS e saldar as dívidas com eficiência. Confira:
- Veja com antecedência quais as dívidas estão em aberto
Quando se trata de contas, um dos comportamentos mais comuns é se “esconder” delas. Por isso, o ideal é fazer uma relação com as dívidas que possui e buscar informações sobre os valores atualizados e prazos de pagamento.
- Negocie
Com as informações em mãos, o próximo passo é negociar. Dependendo do tempo em que a dívida está em aberto, as empresas podem oferecer descontos substanciais. Os valores da maioria das dívidas atuais são bem próximos ao teto do saque do FGTS, então negociar será sempre a melhor opção.
- Procure os meios que oferecem mais descontos
As empresas normalmente oferecem facilidades no pagamento de dívidas, algumas possibilitam mais prazos e/ou parcelamentos e em outros casos há redução do saldo devedor. Um dos formatos com excelentes taxas de desconto são os canais digitais.
Ao negociar online você pode comparar opções de pagamento, fazer contas com calma, sem ser pressionado, além de que normalmente os descontos fornecidos pelas empresas credoras são concedidos integralmente no site, sem a necessidade de negociação.
Não tem dívidas? FGTS pode ser bom investimento
Distribuição do lucro do FGTS anunciada pelo governo faz com que deixar dinheiro parado possa ser bom investimento
Por mais que pareça atrativo ter uma renda extra, nem sempre sacar o valor disponível do FGTS é a melhor opção.
Fabrizio Gueratto, financista do Canal 1Bilhão Educação Financeira, assegura que, “se o trabalhador possui uma dívida de cartão de crédito ou cheque especial, que os juros são exorbitantes, ou precisa comprar algo que irá gerar uma receita imediata, como por exemplo um motorista de aplicativo que precisa colocar um kit gás no carro, nesses casos pode ser vantajoso. Caso contrário, vale a pena deixar parado o dinheiro”.
Gueratto explica que, como o FGTS rende naturalmente 3% e o governo deverá distribuir 100% do lucro do Fundo. Como garantiu o ministro da Economia, Paulo Guedes , há expectativa de que o rendimento possa chegar a até 6,44% em um ano. Isso porque, em 2017, quando o governo Temer liberou 50% do lucro, houve rendimento de 1,72% (além dos 3%).
Segundo ele, um rendimento com esse valor geraria uma rentabilidade extraordinária para um investimento de renda fixa e isento de imposto de renda .
“Não tem nenhum investimento de renda fixa que renderá mais do que o FGTS no prazo de um ano. Se não tiver dívidas com juros altíssimos, a melhor coisa a fazer é deixar o dinheiro parado e não mexer. Precisamos ser realistas e deixarmos os preconceitos de lado. FGTS já foi ruim e perdia para a poupança , mas com 100% do lucro distribuído passou a ser excelente”, disse.
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Ter R$ 500 a mais para gastar também é sempre bom, mas cuidado
A opção mais simples é aproveitar o valor disponível do FGTS para aproveitar o mês e gastar um pouco mais, afinal não é todo dia que a conta está no azul.
Fernanda Souza, business coach da SBCoaching, defende que, caso a opção seja aproveitar o dinheiro para gastar, o ideal é sempre consumir com moderação, mantendo a organização financeira.
Números do governo
De acordo com cálculos da equipe econômica, a medida pode elevar o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no País, em até 0,3 ponto percentual, garantindo que a alta ultrapasse 1% neste ano.
As projeções apontam para um crescimento do PIB de 1,1% em 2019, mesmo número obtido nos dois últimos anos de governo de Michel Temer (MDB), 2018 e 2017. Isso ocorre após revisões para baixo feitas pelo governo Bolsonaro, já que a expectativa inicial era uma alta de 2,5%.
Abrangente, a liberação pode atingir até 96 milhões de trabalhadores, segundo números do governo. A equipe econômica divulga que, atualmente, há cerca de 260 milhões de contas entre ativas (emprego atual) e inativas (empregos antigos) do Fundo de Garantia, e, desse total, cerca de 211 milhões (80%) têm saldo de até R$ 500, valor limite por conta no saque emergencial.
Fonte: economia.ig - 29/08/2019
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