Quais são os 10 produtos brasileiros mais exportados para os EUA e os impactos da tarifa de 50%?
Publicado em 10/07/2025
A imposição de uma tarifa de 50% aos produtos brasileiros a partir de 1º de agosto, anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tempotencial de resultar em um corte drástico nas exportações do Brasil.
O mercado norte-americano é o 2º principal destino das vendas externas do Brasil, atrás apenas da China, com o petróleo tendo a maior participação em receita nas vendas para os EUA.
Além disso, os norte-americanos estão entre os mais relevantes para bens manufaturados brasileiros, de maior valor agregado, como aeronaves, autopeças e máquinas.
A imposição das tarifas por Trump tem potencial de provocar queda de bilhões de dólares nas exportações brasileiras, sem considerar eventuais concessões setoriais, de acordo com analistas.
De acordo com análise do banco BTG Pactual, a tarifa anunciada não será cumulativa aos 25% aplicados a automóveis e peças, nem aos 50% sobre aço e alumínio. Produtos sob investigação da Seção 232, como semicondutores, minerais críticos e produtos farmacêuticos, continuarão isentos. O banco citou que a isenção também inclui petróleo e derivados.
Veja abaixo os totais exportados pelo Brasil aos EUA em 2024:
- Café
- Carne
- Suco de laranja
- Petróleo
- Aeronaves
- Semimanufaturados de ferro ou aço
- Materiais de construção e engenharia
- Madeira
- Máquinas e motores
- Eletrônicos
O Brasil, maior exportador mundial de café, tem os EUA tradicionalmente como principal destino do grão produzido no país, com as exportações no ano passado representando quase US$2 bilhões. Esse montante representa 16,7% do total embarcado pelo Brasil.
No caso do café, haveria uma compressão de margens para o setor e encarecimento do produto aos consumidores dos EUA, segundo a consultoria Cogo Inteligência em Agronegócio.
O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) concorda que o consumidor de café dos EUA será onerado com a tarifa de 50%.
CarneOs Estados Unidos são o segundo maior mercado para a carne bovina do Brasil. No ano passado, de acordo com dados da associação Abrafrigo, os EUA aumentaram a participação no volume exportado pelo país para 16,7%, ou 532.653 toneladas, gerando uma receita para exportadores brasileiros de US$1,637 bilhão.
Em relatório, a Minerva estimou um impacto potencial máximo ao redor de 5% de sua receita líquida, com base nos embarques brasileiros sujeitos à nova política de Trump. Outras companhias do setor, como JBS e Marfrig, possuem grande parte de suas operações nos EUA.
Suco de laranjaNa safra 2024/25, encerrada em 30 de junho, os EUA representaram 41,7% das exportações brasileiras de suco de laranja, somando US$1,31 bilhão em faturamento, conforme dados do governo consolidados pela CitrusBR. A tarifa de 50% representa um aumento de 533% sobre os US$415 por tonelada que já eram cobrados sobre o produto brasileiro.
"Trata-se de uma condição insustentável para o setor, que não possui margem para absorver esse tipo de impacto", afirmou a CitrusBR, notando que outros importadores não conseguiriam absorver os excedentes não embarcados aos EUA.
No suco de laranja, a consultoria Cogo prevê queda "drástica" na competitividade brasileira e "risco à cadeia citrícola", que tem nos EUA o segundo principal destino.
PetróleoAs exportações brasileiras de petróleo aos EUA renderam ao país US$5,8 bilhões em 2024, ou cerca de 13% de tudo que o Brasil exportou desta commodity no ano passado, segundo dados do governo compilados pela consultoria StoneX.
No caso de o petróleo ser incluído na tarifa de 50%, ainda assim a perda seria relativamente "modesta" para o Brasil, segundo o BTG, já que o setor conta com maior flexibilidade comercial e capacidade logística para redirecionar embarques a outros mercados.
No primeiro trimestre, os EUA foram destino de 4% do petróleo exportado pela Petrobras, ante 9% no período anterior, segundo dados da empresa. Em derivados, a petroleira estatal teve os EUA como segundo principal destino, com uma fatia de 37%.
AeronavesAs exportações de aeronaves aos EUA, notadamente aviões, renderam ao país US$2,4 bilhões, representando cerca de 63% do total exportado pelo Brasil, conforme o BTG. A Embraer é a empresa com maior exposição nas exportações.
Semifaturados de ferro ou açoOs produtos semifaturados de ferro ou aço registraram exportações aos EUA de US$2,8 bilhões, com a participação dos norte-americanos nas vendas totais somando mais de 70%, segundo análise do BTG.
Materiais de construção e engenhariaO Brasil exportou o equivalente a US$2,2 bilhões desses produtos aos EUA, com o país da América do Norte também registrando uma fatia elevada do total, cerca de 58%.
MadeiraOs produtos de madeira tiveram exportações de US$1,6 bilhão para os EUA em 2024, com os norte-americanos respondendo por mais de 40% do total exportado pelo Brasil.
De acordo com a Cogo Inteligência em Agronegócio, produtos florestais do Brasil são exemplo daqueles que perderiam competitividade para outras nações, como Canadá, Chile e União Europeia.
A Suzano, gigante do setor de celulose, com cerca de 15% de suas receitas nos EUA, poderia enfrentar algumas dificuldades no curto prazo, mas a companhia se beneficia de ter baixos custos, flexibilidade para realocar volumes e escala global, segundo relatório do Citi.
Máquinas e motoresA indústria de motores, máquinas e geradores exportou US$1,3 bilhão aos EUA no ano passado, com esse segmento de manufaturados respondendo por mais de 60% de tudo o que o Brasil exportou, segundo um quadro apresentado pelo BTG. A medida é negativa para a brasileira WEG, afirmou o UBS BB em nota.
EletrônicosNo caso dos eletroeletrônicos, o Brasil exportou US$1,1 bilhão para os EUA no primeiro semestre deste ano, com o mercado norte-americano sendo o principal destino das exportações do setor, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee).
Fonte: G1 - 10/07/2025
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