Prejuízo de estatais brasileiras em 2025 chega a R$ 8,3 bilhões e supera série histórica
Publicado em 20/10/2025

Déficit entre janeiro e agosto é o maior desde 2001; Correios concentram mais da metade das perdas e anunciam plano de reestruturação
As estatais brasileiras enfrentam um cenário econômico alarmante em 2025, com um déficit primário acumulado de R$ 8,3 bilhões entre janeiro e agosto, segundo dados divulgados pelo Banco Central. O valor não apenas supera o déficit total de R$ 8,07 bilhões registrado em 2024, como também marca o maior resultado negativo desde o início da série histórica, em 2001. A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) surge como a principal responsável por esse desempenho, contabilizando sozinha um prejuízo de R$ 4,4 bilhões no primeiro semestre de 2025, o que representa mais da metade do déficit total das estatais.
A situação dos Correios é particularmente crítica: a empresa registrou rombo superior a R$ 4 bilhões apenas no primeiro trimestre deste ano. Sua margem bruta caiu de 35% em 2010 para cerca de 3% atualmente. Para cobrir despesas, a estatal tem recorrido a empréstimos, o que aumenta ainda mais o endividamento. A gestão atual da empresa vem sendo criticada por não se adaptar às mudanças do mercado, especialmente diante da queda na demanda por serviços postais tradicionais e do crescimento da concorrência no e-commerce. O presidente dos Correios, Emmanoel Schmidt Rondon, que assumiu o cargo há menos de um mês, admitiu que a empresa “não se adaptou de forma ágil a uma nova realidade”.
Diante desse quadro, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), reacendeu o debate sobre a privatização das estatais como possível solução para reverter o cenário deficitário. Ele citou a experiência paulista como exemplo de sucesso, lembrando que seu governo privatizou empresas públicas e conseguiu ajustar as contas. Tarcísio criticou a gestão do Partido dos Trabalhadores (PT) à frente das estatais, afirmando que elas “sempre dão prejuízo nos governos do PT”, e questionou quem arca com os custos desses déficits: “Você, eu e todos os brasileiros”.
Historicamente, o desempenho das estatais variou de acordo com o governo. Durante os mandatos do PT, as empresas públicas registraram prejuízos em diversos anos, com exceção do primeiro mandato de Lula, quando houve superávit na maioria dos exercícios. Já o governo Dilma (2011–2016) foi marcado por resultados negativos. Após o impeachment, os governos de Michel Temer e Jair Bolsonaro conseguiram reverter o cenário, encerrando 2022 com superávit de R$ 6,1 bilhões.
Especialistas e integrantes do atual governo ponderam, no entanto, que o déficit primário nem sempre reflete a real saúde financeira das estatais, podendo decorrer de ciclos de investimento ou do pagamento de dividendos, sem necessariamente representar impacto direto sobre o Tesouro Nacional. Para tentar conter o prejuízo e recuperar o equilíbrio financeiro, os Correios anunciaram um plano de reestruturação. A empresa negocia um empréstimo de cerca de R$ 20 bilhões com bancos públicos e privados, com garantia do Tesouro Nacional. O objetivo é equilibrar as contas até 2026 e voltar a registrar lucro em 2027.
Entre as ações previstas estão um Programa de Demissão Voluntária (PDV), a renegociação de contratos com grandes fornecedores e a venda de imóveis ociosos. O futuro das estatais brasileiras, especialmente dos Correios, depende de decisões estratégicas que possam reverter o atual quadro deficitário. A privatização, defendida por alguns, é vista como uma solução potencial, mas ainda enfrenta forte resistência política e social. Enquanto isso, a modernização e adaptação ao mercado se tornam cada vez mais urgentes para garantir a sustentabilidade financeira dessas empresas — e, por extensão, da economia nacional.
Fonte: Jovem Pan - 17/10/2025
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