O que fazer agora que a caderneta vai render 0,39% ao mês
Publicado em 15/02/2018 , por Regina Pitoscia
Com a queda da taxa Selic para 6,75% ao ano, a caderneta vai pagar um rendimento de 0,3855% ao mês – 0,39% com a aproximação de duas casas decimais. E, pelo que já sinalizou o Banco Central para a trajetória dos juros na economia, esse deverá ser o retorno a ser creditado ao aplicador em poupança por um bom tempo, talvez até o fim deste ano.
A sua remuneração equivale agora a 70% da Selic, portanto, enquanto a taxa básica ficar estacionada em 6,75%, a poupança vai pagar 4,73% ao ano, ou 0,39% ao mês. E a Selic só deve voltar a subir caso a inflação apresente uma alta acima de níveis desejados, porque, nesse contexto, as autoridades econômicas teriam de elevar as taxas para conter os preços.
Mas não é muito baixa essa rentabilidade? Para quem se acostumou a ter, pelo menos, os 0,5% de juros ao mês, o resultado nominal de agora parece cada vez mais magro, raquítico até.
Rendimento x inflação
A primeira coisa a considerar é se o rendimento está sendo ou não suficiente para proteger o capital contra os efeitos corrosivos da inflação. Por exemplo, no ano passado, a inflação ficou em 2,95%. Para uma alta de preços dessa ordem, o rendimento de 4,73% da caderneta seria suficiente para repor as perdas da inflação e pagar um ganho real de 1,73%.
O mesmo se pode dizer em relação à inflação de janeiro deste ano que ficou em 0,29%, medida pelo IPCA. Diante dela, a remuneração mensal de 0,39% da caderneta também estaria devolvendo a inflação ao investidor e proporcionando um ganho real em torno de 0,10%.
A inflação é, portanto, um dos balizadores para o aplicador saber se está perdendo dinheiro, ou não. Daí a importância do acompanhamento mês a mês tanto da rentabilidade como dos indicadores de preços. O que se pode dizer é que por enquanto a caderneta, bem ou mal, está protegendo o capital do aplicador, ainda que com um rendimento mirrado.
Renda fixa
A segunda providência é comparar o rendimento da caderneta com o de outros investimentos que estão na área de segurança da renda fixa, quer dizer, sem riscos.
A queda da Selic afeta todas as aplicações que têm a sua remuneração baseada nos juros. E aí estamos falando dos títulos de renda fixa, como os CDBs, dos títulos do governo, negociados pelo Tesouro Direto e dos fundos de renda fixa. Essas opções podem até acenar com um rendimento bruto até acima do da poupança, mas são alcançadas pelo Imposto de Renda. Quanto menor o tempo da aplicação, mais pesada a tributação.
E para as aplicações em fundos há, ainda, os descontos referentes à taxa de administração. Essas condições todas devem estar bem claras para o que aplicador saiba qual o rendimento líquido, aquele que depois de todas as deduções vai o seu bolso.
Embora a caderneta seja isenta de imposto e livre de taxas, é possível sim ter um rendimento um pouco mais gordo tanto no CDBs, como nos papeis do governo. Mas para isso o prazo da aplicação precisa ser mais elástico. Não só porque o imposto de renda será menor, mas porque há uma recompensa para o dinheiro que fica mais tempo sem ser mexido.
Simulações
Para um prazo de dois anos, por exemplo, pelas simulações no site da Rico Corretora, a caderneta renderia 9,66%, um título do Tesouro vinculado ao IPCA (2024), 12,69%, um título do Tesouro prefixado (2021), 15,05%, e um título do Tesouro prefixado (2025), 16,72%. E aí estamos colocando todos na mesma base de rendimento líquido, já descontados o IR e também a taxa para se aplicar pelo Tesouro Direto, de 0,3% ao ano.
Para quem sabe que não vai precisar do dinheiro por dois, três anos ou mais, essas opções tendem a ser mais rentáveis. No entanto, para quem precisa contar com liquidez, com a possibilidade de saque a cada mês não tem lá muita saída, se não jogar a âncora na caderneta.
E até aqui falamos das aplicações praticamente sem riscos de perdas. Afinal, as aplicações em títulos de renda fixa têm garantia, em casos de quebra da instituição que emitiu o papel, de até R$ 250 mil por CPF de investidor, por instituição financeiras, num total de até R$ 1 milhão. Uma garantia que não alcança os fundos de investimentos.
Risco maior
No entanto, investimentos como o de fundos multimercados combinam a renda fixa com a renda variável, em que o risco de ver o dinheiro diminuir é um pouco maior, mas em compensação oferecem rendimento diferenciado.
A composição da carteira desses fundos oferece ao administrador a possibilidade de ganhos mesmo em fases de muita oscilação no segmento de ações, ou mercados futuros. É uma opção também a ser considerada. Quem está à procura de um rendimento mais alto precisa igualmente assumir um grau de risco maior.
Fonte: Estadão - 14/02/2018
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