Agências voltam a falar em rebaixamento do Brasil
Publicado em 21/02/2018 , por Ricardo Leopoldo e Maria Regina Silva
NOVA YORK e SÃO PAULO - A decisão do governo de abandonar os planos para a aprovação da reforma da Previdência Social motivou novos comunicados emitidos pelas agências de classificação de risco nesta terça-feira, 20.
A diretora de rating soberano para a América Latina da Fitch, Shelly Shetty, afirmou em comunicado para jornalistas que "A pressão para baixo sobre a classificação soberana do Brasil ("BB"/perspectiva negativa) continua refletindo grandes déficits fiscais, um alto e crescente peso da dívida (pública) e a falta de aprovação da reforma da seguridade social que poderia ter contribuído para reduzir as pressões estruturais sobre os gastos".Em entrevista exclusiva concedida ao Broadcast na semana passada, a diretora havia anunciado que um retrocesso na agenda da reforma da Previdência poderia ser negativo para o rating do Brasil.
Já tom da Moody's, por exemplo, é de que vem por aí um novo rebaixamento por parte da instituição, seguindo o que já fez a S&P Global Ratings em 18 de janeiro, rebaixando a nota de crédito do Brasil de BB para BB-.
Para Samar Maziad, vice-presidente da Moody's, a pá de cal do governo sobre os planos de reformar o sistema local de aposentadoria "é negativo para o perfil de crédito do país". Em nota a jornalistas, Samar destacou que este fato ocorre porque "restringirá bastante a capacidade das autoridades de cumprir o teto de gastos do governo nos próximos anos."
Segundo Samar Maziad, a reforma da Previdência "é fundamental para as perspectivas de crédito da nação." Ela ressaltou, contudo, que já era esperado que era "improvável" o governo aprovar uma ampla mudança estrutural nesta área em 2018.
Em recente entrevista ao Estadão/Broadcast, a vice-presidente da Moody's destacou que o calendário político, com as eleições presidenciais, era o principal fator que poderia não viabilizar a reforma da Previdência neste ano. Na ocasião, ela apontou que o rating do Brasil é Ba2, com perspectiva negativa, e se for rebaixado irá para Ba3.
S&P. Já a diretora-executiva da S&P Global Ratings, Lisa Schineller, comentou ao Estadão/Broadcast por email que a posição do governo de não contar com a reforma da Previdência neste ano faz parte de um contexto de dificuldades para a aprovação da mudança Constitucional que colaborou para que a agência internacional de classificação de risco rebaixasse o Brasil para a nota BB-, com perspectiva estável, no mês passado.
"O progresso mais lento do que o esperado para atender questões fiscais estruturais já está incorporado na nossa ação de rating do mês passado", apontou. Na ocasião, o atraso da reforma da Previdência Social, que foi adiada do final de dezembro para fevereiro, foi o principal fator que levou a S&P a reduzir a nota soberana do País.
Fragilidade. Para o economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini, o anúncio da agenda alternativa do governo, o Plano da B da equipe econômica, não muda o impacto negativo do fim das movimentações pela reforma da Previdência.
"Essas medidas não substituem a reforma da Previdência, pois não atingem o problema na sua origem. Estão tentando dar força adicional para a economia e algum fôlego para o fiscal", afirma.
Agostini acredita que a nota de crédito do Brasil pode receber downgrade pelas agências de classificação de risco. "Tem grande possibilidade de ser rebaixado. Mesmo se a aprovasse a reforma da Previdência este ano, não ia salvar as contas públicas. No ano passado, o déficit fiscal ficou menos intenso que o de 2016, mas ainda ficou ruim. O fôlego deve acabar este ano. Precisam matar o problema na sua origem: o descasamento entre receita e despesa", reforça.
Fonte: Estadão - 20/02/2018
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