BC corta juros para 6,5% ao ano e indica nova redução em maio
Publicado em 22/03/2018

É o menor piso histórico da taxa; queda ocorre em cenário de inflação controlada
Na 12ª redução seguida da taxa básica de juros, o Banco Central decidiu, nesta quarta (21), cortar a Selic em 0,25 ponto percentual, para 6,5% ao ano. Com isso, o juro atinge um novo piso histórico no país.
No comunicado, o BC prevê mais uma redução na próxima reunião em maio.
O Copom vê como "apropriada" uma flexibilização monetária moderada adicional, de modo que a inflação convirja para a meta.
A decisão veio em linha com o esperado pelo mercado. Dos 43 analistas e casas ouvidos pela agência Bloomberg, 41 apostavam na queda da Selic para 6,5%. Apenas dois viam a taxa estável em 6,75% ao ano.
O novo corte acontece em um cenário de inflação abaixo do piso da meta do BC, que é de 4,5% ao ano, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual. Em 2017, o IPCA avançou 2,95%, resultado mais baixo desde 1998.
Em fevereiro, a inflação subiu para 0,32%, menor taxa para o mês desde ano 2000, quando ficou em 0,13%. No acumulado dos últimos 12 meses, o IPCA teve leve avanço para 2,86%, o que manteve o índice abaixo do piso da meta definido pelo Banco Central.
"Não tem novidade. É uma inflação que surpreende reiteradamente para baixo e um nível de atividade que não está tão robusto. A redução de juros não está gerando uma queda no crédito para o tomador final, então é mais uma tentativa de o BC desobstruir o canal do crédito do Brasil", avalia André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos.
Ele vê espaço para aumentos de juros ainda neste ano, acompanhando as altas de juros nos Estados Unidos —além da alta desta quarta, a expectativa é que o Federal Reserve (Fed) faça outras três elevações ao longo de 2018.
"À medida que o ano for passando, a inflação deve voltar a avançar. O grupo alimentação não tem mais como cair. Tudo isso em conjunto pode permitir uma alta já na reunião de outubro, depois do segundo turno das eleições", afirma.
Analistas e consultorias ouvidas no Boletim Focus, do Banco Central, veem o IPCA a 3,63% no fim deste ano. Para 2019, a estimativa é de 4,20%.
Para reuniões além da próxima reunião em maio, o Comitê vê como adequada a interrupção do processo de flexibilização monetária, visando avaliar os próximos passos.
ATIVIDADE
Além da inflação controlada, o Banco Central também tenta reanimar a economia brasileira. O IBC-Br, indicador de atividade econômica do BC, recuou 0,56% em janeiro. Em dezembro, o indicador havia registrado expansão de 1,16%, em número revisado pelo BC depois de divulgar antes uma alta maior, de 1,41%.
A produção industrial mostrou a mais forte retração em dois anos ao encolher 2,4% em janeiro, na comparação com dezembro. O volume de serviços recuou 1,9% na mesma base, no pior resultado para janeiro em seis anos.
Em 2017, a economia brasileira cresceu 1%. No último trimestre do ano, o PIB cresceu 0,1% em relação aos três meses anteriores, dando sinais de que a recuperação da economia ganhou força após a saída da recessão, no início de 2017.
Os números vieram um pouco abaixo do que esperavam analistas do mercado financeiro e o governo.
Em 2018, segundo o Focus, a economia brasileira deve crescer 2,83%.
COMUNICADO
A decisão de reduzir a taxa Selic em 0,25 ponto percentual, para 6,50% ao ano, foi unânime.
Segundo o Comitê de Política Monetária do Banco Central, esse movimento é compatível com a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante para a condução da política monetária, que inclui 2018 e, com peso gradualmente crescente, de 2019.
Em comunicado, o Copom indicou ainda que a conjuntura econômica prescreve política monetária estimulativa, ou seja, com taxas de juros abaixo da taxa estrutural.
Na avaliação do Banco Central, o cenário básico para a inflação evoluiu de forma mais benigna que o esperado no início de ano, mas permanecem fatores de risco em ambas as direções.
Por um lado, mecanismos inerciais podem manter a trajetória de inflação prospectiva abaixo do esperado. Por outro lado, uma frustração das expectativas sobre a continuidade das reformas e ajustes necessários na economia brasileira pode afetar prêmios de risco e elevar a trajetória da inflação no horizonte relevante para a política monetária.
Esse risco se intensifica no caso de reversão do corrente cenário externo favorável para economias emergentes.
Fonte: Folha Online - 21/03/2018
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