Captação líquida da indústria de fundos cai à metade no 1º trimestre
Publicado em 06/04/2018 , por Danielle Brant
Na renda fixa, captação caiu 92%, para R$ 5,8 bilhões; movimento de 2017 foi atípico, diz Anbima
A captação líquida —diferença entre aplicações e resgates— da indústria de fundos de investimento recuou 54,6% no primeiro trimestre do ano em relação ao mesmo período de 2017, informou a Anbima (associação que reúne as entidades de mercado de capitais) nesta quinta-feira (5).
Até março, a captação líquida somou R$ 49,9 bilhões, ante R$ 109,9 bilhões no mesmo intervalo do ano passado.
Carlos André, vice-presidente da Anbima, diz que a queda se deve principalmente ao que chamou de "atipicidade" no ano de 2017. "Tivemos um movimento de captação líquida extremamente positivo, muito acentuado, em 2017. Nosso primeiro trimestre foi muito bom. Houve dois casos pontuais de captação líquida negativa [um fundo exclusivo de renda fixa e um FIDC —fundo de investimento em direitos creditórios], com valor superior a R$ 28 bilhões", diz.
Segundo ele, descontados esses dois fatores, a captação no primeiro trimestre deste ano pode ser considerada expressiva e em linha com a média de R$ 40 bilhões registrada para o período nos últimos cinco anos.
"Em 2017, houve uma captação muito forte ainda no segmento de renda fixa. Essa atipicidade é explicada pelo início da retomada de um ambiente macroeconômico mais positivo e pela redução das taxas de juros, com gestores capturando essa queda para gerar rentabilidade maior a seus produtos. Neste ano, isso é significativamente inferior."
A taxa básica de juros da economia recuou de 13% para os atuais 6,5% entre o início de 2017 e o primeiro trimestre deste ano. A redução provocou uma migração de investimentos de renda fixa para multimercados e ações, diz o vice-presidente da Anbima.
Na renda fixa, a captação caiu de R$ 73,3 bilhões para R$ 5,8 bilhões —queda de 92%. Nos multimercados, a captação líquida cresceu 47,3%, para R$ 33,3 bilhões. E nos fundos de ações, passou de captação negativa de R$ 500 milhões para positiva de R$ 8,8 bilhões.
O patrimônio líquido da indústria cresceu 16,2% no primeiro trimestre, para R$ 4,3 trilhões. Esse aumento foi acompanhado do crescimento do número de contas na comparação anual, passando de 12,6 milhões para 14,1 milhões.
"O crescimento dos investidores na indústria está relacionado ao ambiente macroeconômico favorável que acaba propiciando um ambiente favorável a que investidores busquem alternativas a seus investimentos, já que os rendimentos em opções tradicionais na renda fixa, como a poupança, não são tão atrativos como eram com taxas de juros mais altas", avalia.
Para Carlos André, o ano eleitoral pode trazer volatilidade aos mercados e se tornar uma oportunidade para gestores de fundos multimercados continuarem entregando desempenho positivo neste ano, a exemplo do que ocorreu no ano passado.
Ele comentou ainda a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) de negar o pedido de habeas corpus da defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Como reação, a Bolsa sobe nesta quinta e o dólar recua.
"O contexto de ano eleitoral trará situações em que o mercado pode apresentar mais volatilidade. A Bolsa abriu com performance positiva, mas nada fora da normalidade. Não há clareza de como a situação vai se desenrolar, o mercado vai apresentar altas e baixas. Há um ambiente mais volátil até que as coisas se esclareçam mais em relação ao mercado de capitais e ao ambiente macroeconômico", afirma.
Fonte: Folha Online - 05/04/2018
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