Moody's muda perspectiva da nota do Brasil de negativa para estável
Publicado em 10/04/2018 , por Luiz Guilherme Gerbelli e Darlan Alvarenga
Agência de classificação de risco reafirmou nota do país em Ba2, citando expectativa de que próximo governo fará reformas fiscais e de crescimento econômico mais forte.
A agência de classificação de risco Moody's melhorou a perspectiva de nota de crédito do Brasil de negativa para estável. A nota do Brasil foi reafirmada em Ba2, em um movimento contrário ao tomado pelas demais agências de classificação de riscos e que surpreendeu os economistas.
A agência deu duas razões principais para a mudança na nota:
1.Expectativa de que as reformas fiscais serão aprovadas no próximo governo;
2.Crescimento econômico do país mais forte que o esperado no curto e médio prazo.
"A Moody’s acredita, em resumo, que os riscos negativos para o crescimento e as incertezas relacionadas ao ímpeto para reformas, que levaram à atribuição da perspectiva negativa para o rating Ba2 em maio do ano passado, diminuíram", disse a agência, em comunicado.
A Moody's é uma das 3 maiores agências de classificação de riscos, instituções que avaliam as contas de países e empresas e atribuem uma nota de crédito. Quanto melhor a nota, mais seguro é o investimento - e consequentemente menor será o juro cobrado pelos investidores para, por exemplo, investir em títulos de dívida de um país.
Reformas fiscais
Em relatório que justificou sua decisão, a Moody’s disse que "espera que o próximo governo trabalhe efetivamente com o Congresso para aprovar de uma reforma da Previdência que seja suficientemente abrangente, de forma a conter o crescimento de despesas obrigatórias e assegurar o cumprimento do teto constitucional".
A agência disse que "há um consenso entre líderes políticos de que os custos políticos e econômicos do não cumprimento com o teto de gastos são muito elevados para serem ignorados".
Crescimento acima do esperado
A agência projeta um crescimento médio do PIB de 2,8% em 2018 e 2019 e de 2,5% nos anos seguintes. A queda dos juros, o aumento da demanda por crédito e perspectivas melhores no mercado de trabalho vão sustentar um ambiente econômico mais favorável, segundo a Moody's.
Esse crescimento acima do esperado deverá dar ao governo "suporte aos esforços reformistas", avalia a Moody's.
Para a agência, o crescimento é resultado das reformas já aprovadas pelo governo de Michel Temer desde 2016, como a reforma trabalhista e a redução dos subsídios do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
"De maior significância para a resiliência econômica do Brasil, as reformas estruturais aprovadas pelo governo Temer desde 2016 devem sustentar as perspectivas de crescimento do país no médio prazo", disse a Moody's.
Rebaixamento por outras agências
A posição da Moody’s vai na contramão da decisão tomada pelas agências Standard &Poor’s e Fitch, que rebaixaram a nota do Brasil neste ano.
A S&P foi a primeira a rebaixar neste ano a nota do Brasil. O corte foi anunciado no dia 11 de janeiro. Além da dificuldade em aprovar reformas com efeitos de longo prazo, a agência destacou ainda que "ocorreram retrocessos até mesmo com medidas fiscais de curto prazo - como uma determinação para suspender o adiamento dos reajustes de salários dos funcionários públicos".
Já o rebaixamento feito pela Fitch foi anunciado em 23 de fevereiro, com a agência citando "a alta crescente da dívida pública e o fracasso em reformas legislativas que melhorariam o desempenho estrutural das finanças públicas".
Perda do grau de investimento
O Brasil está há mais de 2 anos sem o grau de investimento. A S&P foi primeira a tirar o selo de bom pagador do país, em setembro de 2015, ação que foi seguida pelas outras duas grandes agências internacionais, Fitch e Moody's.
Com os rebaixamentos anunciados neste ano, a nota do Brasil recuou para o patamar de 2005. O país conquistou o grau de investimento pelas agências internacionais Fitch Ratings e Standard & Poor’s pela primeira vez em 2008. Em 2009, conseguiu a classificação pela Moody's.
Fonte: G1 - 09/04/2018
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