Presidente da Câmara cobra suspensão imediata de aumento do IOF sobre risco sacado
Publicado em 03/06/2025
Neste tipo de operação, fornecedores recebem antecipadamente, por meio de bancos, os valores de vendas feitas a prazo; antes, não era prevista a cobrança do imposto
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), solicitou ao governo federal a suspensão imediata da cobrança do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre operações de risco sacado, uma modalidade de crédito usada principalmente por pequenas e médias empresas. A medida foi instituída por decreto presidencial e começa a valer neste domingo (1º). O pedido foi feito durante reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na última quarta-feira (28), da qual também participou o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). Os presidentes das duas Casas deram um prazo de dez dias para o governo apresentar alternativas ao aumento do imposto, que é visto por parlamentares como prejudicial à atividade econômica, especialmente ao setor varejista.
O risco sacado é uma operação em que fornecedores recebem antecipadamente, por meio de bancos, os valores de vendas feitas a prazo. Até a publicação do decreto, essas operações não estavam sujeitas à cobrança de IOF. Com a nova regra, passam a ter a mesma tributação de outros tipos de crédito empresarial, com alíquota que pode chegar a 3,95% ao ano.
Segundo o governo, a mudança visa ampliar a arrecadação e garantir o cumprimento das metas fiscais. A expectativa do Ministério da Fazenda é arrecadar R$ 20,5 bilhões em 2025 e até R$ 41 bilhões em 2026. O secretário-executivo da pasta, Dario Durigan, argumenta que a equiparação da operação ao crédito tradicional promove isonomia e evita distorções.
Mesmo assim, a reação no Congresso é forte. Já foram protocolados 22 Projetos de Decreto Legislativo (PDLs) para tentar derrubar a medida — 20 na Câmara e 2 no Senado. Embora raramente utilizados para reverter decretos presidenciais, os PDLs são uma ferramenta prevista na Constituição e podem representar uma derrota política para o Executivo caso avancem.
O presidente da Frente Parlamentar do Comércio e Serviços, deputado Domingos Sávio (PL-MG), alertou que a cobrança pode gerar passivos judiciais. “Ou o governo recua e revoga o decreto, ou o Congresso o fará. E quem já estiver pagando vai à Justiça pedir a devolução”, disse. Na sexta-feira (30), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu com o ministro Fernando Haddad fora da agenda oficial, em meio às pressões crescentes para que o governo reveja a medida. Haddad reconhece que é possível discutir alternativas para 2026, mas reforça que, para 2025, a margem fiscal é limitada e o recuo exigiria novos cortes no Orçamento.
Fonte: Jovem Pan - 01/06/2025
Notícias
- 04/06/2025 Juíza bloqueia R$ 119 milhões do ‘careca do INSS’ e sócios acusados por fraudes
- Percepção de que economia piorou cai de 56% para 48%, indica pesquisa Genial/Quaest
- Trump aumenta tarifas de aço e alumínio para 50%; medida pode impactar exportações brasileiras
- Operadoras de saúde suplementar tiveram lucro líquido de R$ 7,14 bi no 1º trimestre, aponta ANS
- Quando vale a pena usar o PIX Automático?
- Governo adia mudança no IOF e negocia acordo fiscal com Congresso
- Haddad diz que governo vai anunciar pacote fiscal ‘robusto’ para resolver impasse do IOF
- Enem dos concursos: 2 mil vagas são abertas para 2ª edição do CNU
Perguntas e Respostas
- Quanto tempo o nome fica cadastrado no SPC, SERASA e SCPC?
- A consulta ao SPC, SERASA ou SCPC é gratuita?
- Saiba quais os bens não podem ser penhorados para pagar dívidas
- Após quantos dias de atraso o credor pode inserir o nome do consumidor no SPC ou SERASA?
- Protesto de dívida prescrita é ilegal e dá direito a indenização por danos morais
- Como consultar SPC, SERASA ou SCPC?
- ACORDO - Em caso de acordo, após o pagamento da primeira parcela o credor é obrigado a tirar o nome do devedor dos cadastros de SPC e SERASA ou pode mantê-lo cadastrado até o pagamento da última parcela?
- CHEQUE – Não encontro à pessoa para qual passei um cheque que voltou por falta de fundos. O que posso fazer para pagar este cheque e regularizar minha situação?
- Problemas com dívidas? Dicas para você não entrar em desespero
- PROTESTO - Qual o prazo para o protesto de um cheque, nota promissória ou duplicata? O protesto renova o prazo de prescrição ou de inscrição no SPC e SERASA?
- Cartão de Crédito: Procedimentos em caso de perda, roubo ou clonagem
- O que o consumidor pode fazer quando seu nome continua incluído na SERASA ou no SPC após o pagamento de uma dívida ou depois de 5 anos?
- Posso ser preso por dívidas ?
- SPC e SERASA, como saber se seu nome está inscrito?
- Acordo – Paga a primeira parcela nome deve ser excluído dos cadastros negativos (SPC, SERASA, etc)